Os Beats

Não estou acostumada a ler – e falar de – HQs, e a falta de costume pode trazer a falta de jeito, então sejam compreensíveis. O fato é que comprei Os Beats (Benvirá) por curiosidade, quando lia tudo sobre a Geração Beat que pudesse encontrar pela frente. E gostei muito da graphic novel encabeçada por Harvey Parker, autor de American Splendour, e completada por muitas outras mãos.

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Entre os escritores convidados para o roteiro estão Nancy J Peters, Joyce Brabner, Penélope Rosemont, entre outras. Os desenhos são assinados por Ed Piskor, Jay Kinney, Nick Thorkelson e muitos mais.

A HQ conta a vida de diversos poetas da cena Beat, grupo de escritores e artistas que destoavam do american way of life, do período pós Segunda Guerra e que produziam uma arte contaminada de provocação.

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Os três primeiros (e maiores) capítulos acompanham os passos de Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William S. Burroughs, enquanto o resto do livro, intitulado “Os Beats: perpectivas”, passa pela trajetória de poetas mais desconhecidos que os primeiros, como Lawrence Ferlinghetti e Michael McClure. Ao final também estão presentes outros pequenos mimos para o leitor, como os capítulos “Garotas beatnik” e “Jazz e poesia”, que ajudam a ilustrar a história do movimento.

Como é uma graphic novel colaborativa, os desenhos de cada história têm traços diferentes, pessoais de cada quadrinista. Esse é um dos pontos fortes da obra, que não se torna enfadonha ao longo do caminho e está sempre mudando de personagens e de visual.

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Os Beats é uma boa indicação para quem quer uma começar a entrar no mundo dos quadrinhos ou apenas que ler sobre a Geração Beat, de uma forma leve e divertida. Hoje, tem lugar marcado na minha estante de favoritos.

Um conto de natal

O curta-metragem The Junky’s Christmas (1993), produzido por Francis Ford Coppola, é baseado no texto homônimo de William S. Burroughs. A direção é de Nick Donkin e Melodie McDaniel.

Uma cena com próprio Burroughs inicia o a hitória:

It was Christmas Day and Danny the Car Wiper hit the street junksick and broke after seventy-two hours in the precinct jail. It was a clear bright day, but there was warmth in the sun. Danny shivered with an inner cold. He turned up the collar of his worn, greasy black overcoat.
This beat benny wouldn’t pawn for a deuce, he thought.