Não estou acostumada a ler – e falar de – HQs, e a falta de costume pode trazer a falta de jeito, então sejam compreensíveis. O fato é que comprei Os Beats (Benvirá) por curiosidade, quando lia tudo sobre a Geração Beat que pudesse encontrar pela frente. E gostei muito da graphic novel encabeçada por Harvey Parker, autor de American Splendour, e completada por muitas outras mãos.
Entre os escritores convidados para o roteiro estão Nancy J Peters, Joyce Brabner, Penélope Rosemont, entre outras. Os desenhos são assinados por Ed Piskor, Jay Kinney, Nick Thorkelson e muitos mais.
A HQ conta a vida de diversos poetas da cena Beat, grupo de escritores e artistas que destoavam do american way of life, do período pós Segunda Guerra e que produziam uma arte contaminada de provocação.
Os três primeiros (e maiores) capítulos acompanham os passos de Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William S. Burroughs, enquanto o resto do livro, intitulado “Os Beats: perpectivas”, passa pela trajetória de poetas mais desconhecidos que os primeiros, como Lawrence Ferlinghetti e Michael McClure. Ao final também estão presentes outros pequenos mimos para o leitor, como os capítulos “Garotas beatnik” e “Jazz e poesia”, que ajudam a ilustrar a história do movimento.
Como é uma graphic novel colaborativa, os desenhos de cada história têm traços diferentes, pessoais de cada quadrinista. Esse é um dos pontos fortes da obra, que não se torna enfadonha ao longo do caminho e está sempre mudando de personagens e de visual.
Os Beats é uma boa indicação para quem quer uma começar a entrar no mundo dos quadrinhos ou apenas que ler sobre a Geração Beat, de uma forma leve e divertida. Hoje, tem lugar marcado na minha estante de favoritos.